Bons momentos

Não sei explicar, adoro o Natal.
Adoro as músicas nos centros comerciais, as luzes nas ruas, o frio de Natal e os filmes que passam na televisão.
Só não gosto quando todas estas coisas começam em Outubro - quando faltam dois meses para o Natal.

Penso que só se deveriam colocar as luzes, as músicas e os filmes a partir de dia 1 de Dezembro. Só a partir daí. Considero muito mais giro olhar para o Natal só em Dezembro. É olhar pela janela e, de repente, perceber que está a nevar. Como se de repente o Natal estivesse à porta, com o cheiro das filhós, das azevias, dos sonhos...

Mas antecipava a data das filhós!
Por mim, as filhós caseiras começavam a ser feitas também dia 1 de Dezembro em vez de só dois dias antes do Natal.
Chega a esta altura e só me apetece comer filhós. Parece que ainda fico com mais vontade de lanchar, fazer um chá, trazer um prato para a sala, sentar-me no sofá e ver um filme qualquer de Natal enquanto como as filhós que estão num tupperware com açúcar e canela.

O filme pode ser um qualquer, os Dez Mandamentos, Música no Coração, Grinch, Santa Clause com Tim Allen...
Mas se for à noite já prefiro um Estranho Mundo de Jack, um Assalto ao Aeroporto (que tem das minhas músicas de Natal preferidas - Let It Snow)
A altura temática dos filmes é sempre um momento engraçado. Lembro-me da Música no Coração e do Sozinho em Casa dar todos os Natais. De repente é quase um marco: "Vai dar o Sozinho em Casa?!? OK então já começou oficialmente a época de Natal!"

Não gosto muito de ir comprar as prendas, há sempre muita gente a fazer o mesmo o que significa que essas coisas demoram imenso tempo mas, por outro lado, adoro descarregar o carro com os sacos de prendas de acabei de comprar.
Adoro vir para casa embrulhar os presentes, fico horas a cortar papel e a colar fita-cola.
E adoro, no dia de Natal, abrir a bagageira do carro e as portas e tirar de lá os sacos cheios de prendas embrulhadas. Sorrio!

Até certo ponto, o Natal é muito parecido ao Verão.
No Verão as pessoas ficam mais alegras, mais bem dispostas. No Natal acontece o mesmo. As pessoas sorriem mais! Falam mais umas com as outras. Até nas filas do supermercado, nas filas para os embrulhos se vê uma certa cumplicidade entre as pessoas que "partilham o tempo de espera".
Excepto na estrada. A fila para o parque de estacionamento dos centros comerciais é o cúmulo da falta de paciência. Às vezes apetece-me sorrir nas filas de trânsito com a falta de paciência dos outros. Olho para as pessoas a buzinar, com os sinais vermelhos no meio da cidade e só me apetece aumentar o volume do rádio do carro. O Natal tem coisas muito atraentes. Só não tem as sandálias e as alças do Verão, mas tem os cachecóis e os gorros.
É isso, talvez na Austrália se juntem os dois espíritos, o do Verão e o do Natal. Passar o Natal na praia, de fato de banho e um gorro vermelho e branco.
O saco das prendas passa a ser a lancheira, mas em vez das sandes tem as filhós!

E há as filhós de abóbora e de cenoura, as espalmadas e as rechonchudas... as feitas nas lojas e as caseiras. Eu prefiro as de abóbora e não tenho preferência pelos formatos. Gosto das da minha avó, da minha mãe, da minha madrinha, gosto de as comer com chá. Gosto de as comer sem chá, simplesmente de as comer. Gosto de encher a boca quando estou sozinho. Gosto de ir à cozinha e "roubar" uma e, passado um bocado ir lá outra vez. Gosto de ficar com o açúcar nas mãos e lamber e ficar pegajoso. Gosto de comer todas as que me apetece e, depois de lavar as mãos, comer mais uma. Ficar a olhar para o tupperware e tentar saber quantas é que lá estão. Gosto. Simplesmente gosto.
É uma mistura do sabor das filhós com o sabor do momento. A filhós não sabe apenas a filhós. Sabe a sala com pessoas, sabe a festa na mesa, sabe a prendas por abrir e sabe a luzes a piscar na árvore de Natal!

no copo: Chá de Tília
no iPod: Let it Snow