Compota de Pérolas

para barrar na mente

Thursday, November 20, 2008

700 mil euros

Já o valor pago pela viagem para um encontro particular me tinha criado alguma confusão.

Se tivessemos ganho, continuaria a fazer-me alguma confusão.

Se tivessemos empatado e jogado bem, ainda assim ter-me-ia feito alguma confusão.

Mas a mesma confusão que tinha na minha cabeça deve ter passado para a cabeça dos jogadores da Selecção Nacional.
E logo eles a quem 700 mil euros faz tanta falta.

Mas, ora essa, foram para o Brasil na segunda-feira, ainda passearam (acho eu passearam) e, se não passearam, ficaram no hotel - que tanto quanto sei até era razoavelzito.

E vestiram as cores nacionais para perder por 6-2.

A última vez que tal número de golos havia entrado na baliza lusa foi em 1955.
Nessa altura, os jogadores não ganhavam o salário que ganham hoje, não ficavam nos hotéis que ficam hoje, eu ainda não era nascido, e não acredito que se tenham gasto... 140 mil contos.

A Selecção Nacional perdeu por 6-2 pelo preço de 700 mil euros.
Inacreditável!

Talvez eu esteja a exagerar a falar do valor monetário desta viagem e do resultado da mesma em golos e prestígio nacional, mas numa ocasião em que a palavra recessão ganha proporções megalómanas, eu, como desportista, como pessoa, como trabalhador e como cidadão português sinto-me desrespeitado.


no iPod: qualquer coisa que me ponha para cima
no copo: já está vazio

Friday, November 07, 2008

Oba oba

Optei por escrever este post porque já passaram alguns dias e, como não quero que este espaço seja dedicado à política, já posso rabiscar algumas linhas sobre o tema norte-americano.

Há duas coisas que me alegraram pessoalmente e que penso que alegraram a Europa e todo o Mundo:
1 - Não houve muitos "votos em branco";
2 - Nem as eleições resultaram num "tiro no escuro";

Parecem-me dois apontamentos humoristicos pertinentes, talvez de algum "humor negro" (e também este uma piada!), que podem ser usados como introdução às palavras que se seguem.

A curiosidade é uma coisa engraçada, não tão só a curiosidade que se prende com o facto de querer saber coisas novas, mas também a curiosidade sobre temas, também eles, curiosos.

Há curiosidades pouco importantes, mas nem por isso com menos piada, como o facto de McCain ter planeado, em caso de vitória, um churrasco num resort;
Ou as pessoas esperarem cerca de 5 horas para votar;
Ou as palavras do novo presidente (quando ainda era apenas candidato) ao entregar o boletim de voto: "I hope it works!";
Ou existirem locais e formas de votar completamente diferentes;
Ou na TV aparecerem vídeos cheios de efeitos especiais a acompanhar as eleições, mas os locais de voto serem uma espécie de mala blindada aberta e com abas de lado (no caso do voto do presidente eleito), ou uma espécie cabine cuja porta parecia as toalhas de praia usadas antiganmete como porta dos balneários das praias, mas com riscas azuis, encarnadas e brancas (no caso na candidata derrotada à vice-presidência);

Mas há duas imagens que me ficaram na mente e que mostram que, se por um lado o mundo pula e avança, por outro também anda aos tropeções.

Dizia o grande Martin Luther King: "I have a dream"; e parece que o sonho acabou por se realizar:
Por um lado, o facto de um negro estar a votar numas eleições é um grande salto, mas não tão só por isso, este negro está a votar nele próprio, e não tão só, esse mesmo negro que está a votar em si próprio está a fazê-lo nem mais nem menos que nas eleições presidenciais. E, mesmo que não tivesse ganho, este já era um salto tão grande ou maior do que o de Neil Armstrong.

Por outro lado, ainda falta aparecer um Martin Luther King branco e feminino:
Uma pesquisa rápida por leis absurdas mostra que no Alabama, mais concretamente em Jasper, é permitido o marido bater na mulher desde que o pau com que o faça tenha um diâmetro inferior ao seu polegar (ao do homem)
Já no Arizona a coisa muda de figura, o homem não pode bater na mulher mais que uma vez por mês.

Bom, a evolução ainda tem muito caminho para percorrer, mas pelo menos uma coisa já está resolvida (ou quase): acabou-se a bullshit... perdão, a Bush-hit


no iPod: eu queria estar a ouvir Sweet Home Alabama, mas depois de ver as leis, acho que vou ouvir o tema que a cidade de Obama (no Japão) fez para o actual presidente do Tio Sam...