Compota de Pérolas

para barrar na mente

Saturday, September 10, 2011

Parabéns pelo cozido à portuguesa!

Caramba, estava na hora de cá voltar!

Nem de propósito o que me leva a escrever são as 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal.

Eu gosto de comer. Gosto do ritual da mesa. Gosto de ficar horas na conversa e da comida ficar fria. Gosto de dar uma garfada e sentir os sabores ao som das palavras de quem está comigo à mesa. E é por isso mesmo que escolho com quem me sentar à mesa. Um amigo disse-me há alguns anos uma coisa que nunca mais me esquecerei. E, em boa verdade, comecei a usar para mim também.

- Quem vai ao almoço? – perguntou ele.
- Bom, vou eu, vai também A, B, C e D...
- Epá, se fossemos só nós e A e B, eu iría, mas assim prefiro ir nadar. A hora do almoço e o próprio almoço é muito importante para ser desperdiçado com qualquer pessoa. Vou dar umas braçadas!

E antes de ele ir dar as braçadas, demos um abraço. E aquilo ficou-me.

E agora, que estou a jantar sozinho e a ter como companhia as 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal, nasceu-me água na boca mas também água nos dedos. E a fome dos dedos estou a matá-la a escrever.

Pelo nome, parece-me que a ideia seria identificar as maravilhas da gastronomia nacional. E se bem que o nome assim o indica, pelo que tenho visto nas palavras de quem saiu vitorioso, parece-me que o que está em competição não são os pratos mas sim as regiões.

É quase uma competição de chefs de vários restaurantes em que não é prato que está em competição mas sim as cozinhas. É quase um pretexto para rivalizar novamente o Norte e o Sul, o Alentejo e o Algarve. É uma luta de feudos em vez de uma conquista da nação.

Eu estou a comer umas bifanas feitas maravilhosamente pela minha avó. Tenho a sorte de ela ainda estar connosco e tenho a sorte de ela cozinhar maravilhosamente bem. E para mim é-me completamente indiferente se ela nasceu em Lisboa ou se aprendeu a cozinhar em Coimbra e apurou o talento perto de Serpins. O importante é que a minha avó cozinha muito bem, tem pratos irresistíveis, temperos fantásticos, etc...

Acho que Portugal devia olhar para si mesmo tal como eu olho para minha avó. Com amor, carinho e agradecimento por tudo o que ela me mostra e me ensina. Agrada-me dar-lhe os parabéns por cozinhar muito bem e pelos pratos que faz: pela cataplana, pelo arroz de marisco, pela caldeirada e pelo cozido à portuguesa; pelo grão com mão de vaca, pela carne assada e pela jardineira... E acho que devíamos agradecer o Leitão da Bairrada e as Tripas à Moda do Porto, não tão só às regiões mas sim a Portugal. E confesso, tenho a sorte de já ter viajado bastante e não há comida como a nossa... nem como a da minha avó! Só batida pela comida da minha mãe!

E com esta me vou...
Vou atacar a sobremesa!


No copo: vinho feito pelo meu padrinho em Tomar
No iPod: É uma casa portuguesa (novamente)

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