Compota de Pérolas

para barrar na mente

Monday, October 13, 2008

4400

Falaram-me desta série há muito tempo.
E não a vi até há pouco tempo.

Há pessoas com poderes fora do normal. Ou melhor, com capacidades fora do habitual.
Pessoas com telecinesia, com a capacidade de curar pessoas só por poisar as mãos nelas, há pessoas que se regeneram rapidamente.
Em grande parte, com capacidades semelhantes ao que acontece numa outra série: "Heroes".

O Heroes percebo melhor a história, mas também já vi mais episódios dessa do que do "4400".

Mas os "4400" tem uma particularidade curiosa que, apesar de ser o tema de apresentação da série, ainda carece de explicação.
Cada episódio começa com uma pequena introdução que conta que 4400 pessoas desapareceram da Terra misteriosamente regressando 50 anos mais tarde sem terem envelhecido.

Curiosamente, a introdução não conta que eles vieram com capacidades extra. E a série vive exactamente à volta dessas capacidades e não em torno do desaparecimento e do regresso.

Posso ser eu que não compreendo a história, ou que não tenha visto os episódios que contam o que aconteceu a estas pessoas (já vai na Temporada 3), mas falta aqui qualquer coisa.


no iPod:
Feel it - Naturally Seven

Sunday, October 12, 2008

6... 7 ...8

É sem margem para dúvida, o número mais elegante que já vi.
Nem em numeração romana o algarismo tem tanto estilo.

É uma certa pose.
É também movimento e atitude. Confiança e proactividade.
É uma espécie de quarterback do futebol americano, de extremo-base no basket.

Há quem o corte ao meio e lhe dê um aspecto aristocrata. Um certo traço que se assemelha a um laço num smoking.

Há ali qualquer coisa. Quem o desenhou deve ter perdido horas ou deve tê-lo feito com uma rapidez estonteante.
Quem o inventou não ficou três horas a pensar nele. Ou o desenhou num repente ou ficou três meses a imaginá-lo, a desenhá-lo, esboços infinitos.

Há uma segurança no número 7.

Aliás, as maravilhas do Mundo são 7.

Muitas vezes é a melhor música dos álbuns.

7

Tal como diz aquele que me propõe este desafio: não se tratam de músicas da minha vida, mas de temas que tiveram importância em momentos não menos relevantes. Uma grande viagem ao baú das recordações.



Supertramp
Música: Goodbye Stranger

Pinheiros e eucaliptos. Milhares de eucaliptos. A estrada sempre a subir. Curvas e contra-curvas. Apenas com uma faixa para cada sentido, sempre a subir. O meu pai a conduzir, a minha mãe ao lado. A minha irmã atrás da minha mãe e eu atrás do meu pai. Éramos pequenos. Enjoávamos com as curvas. A viagem demorava horas infinitas. Iamos para casa da minha bisavó. Em Serpins, Amiais, Chã. E esta música no radio do carro. Um Datsun amarelo de três portas.



Michael Jackson
Música: The Way You Make Me Feel

Já não morava em Lisboa. Vivia numa aldeia que ainda hoje chamo casa. No meu quarto brincava com os playmobil. O herói salvava sempre a donzela. A minha mãe chama-me da cozinha a dizer que está a dar a nova música do Michael Jackson (que eu já conhecia do Thriller e do Bad). Não me recordo bem do momento, mas começava eu a perceber que aqueles seres lá da escola que usavam totós e vestiam saias podiam ser mais interessantes do que pareciam.



INXS
Música: Disappear

8h00 da manhã. Na sala a música está a tocar aos altos berros. O meu amigo (viviamos três na mesma casa) tinha aulas de manhã e esta era a forma de acordar com pica. Tinha de ouvir a música quando estava a tomar banho. Como a casa de banho ainda é longe da sala, a casa acordava toda às 8h00. Chamavamos-lhe todos os nomes. Era assim quase todos os dias da semana no primeiro ano de universidade.



Guns N' Roses
Música: Paradise City

Férias de Verão. Comigo estava o meu primo, da minha idade. Iamos à cozinha buscar uns copos grandes azuis. No congelador estavam caixas de iogurtes que serviam de covetes para gelo e que não cabiam no copo. Colocávamos o gelo em cima do copo e deixavamos a água cair fininha para derreter o que estava a mais e obrigar o gelo entrar no copo. Tudo no maior silêncio possivel. Era de noite. Os meus pais já estavam a dormir. Tentavamos fazer tudo o mais depressa possível. Chegavamos ao meu quarto e invariavelmente tinha uma K7 no tijolo a tocar G’N’R. Em cima da cama estavam livros aos quadradinhos da Marvel. Eram assim as noites depois de chegar a casa depois da noite.



Faith No More
Música: Midlife Crisis

Sala de aula. Discuti com a professora de Técnicas de Tradução de Inglês porque ela não queria aceitar esta letra dos Faith No More que um amigo meu tinha levado para traduzir na aula.



Neil Young
Música: Rockin In The Free World

Seja cantada por quem for, Maroon 5, Big Country, Natural Disasters, Pearl Jam ou Neil Young, por duetos de Neil Young com Pearl Jam, Neil Young com Bruce Springsteen, ou Pearl Jam com U2, este tema acompanha-me para todo o lado e estava constantemente em compilações que fazia para ouvir no carro quando ainda estava na universidade. E, como há coisas que ficam para sempre, hoje está em praticamente todas as playlists do iPod.



Audioslave
Música: Shape of Things to Come

É o tema que me fez realmente pensar em escrever num blog e, inevitavelmente, abrir o meu próprio blogue e escrever nele com alguma frequência. Se há um tema para o meu blog, é este.


Obrigado, mano, por este desafio!

Thursday, October 09, 2008

Propietário, Co-proprietário e Próprio Otário

É verdade, hoje tornei-me nos três!
A Festa começa agora!!


no iPod:
The Fresh Prince of Bel-Air

ps: para quem não conhece a letra

Now this is the story all about how
My life got flipped, turned upside down
And Id like to take a minute just sit right there
Ill tell you how I became the prince of a town called bel-air

(...)

I whistled for a cab and when it came near
the licensplate said fresh and had a dice in the mirror
If anything I could say that this cab was rare
But I thought now forget it, yo home to bel-air

I pulled up to a house about seven or eight
And I yelled to the cabby yo, home smell you later
Looked at my kingdom I was finally there
To settle my throne as the prince of bel-air


(em loop no iPod)

Poção Mágica

Foi exactamente há 8 dias.
A mesa era enorme, os convidados eram grandes, o jantar foi longo e a noite comprida.
Algumas dores de cabeça na manhã seguinte e milhares de histórias e estórias para contar.
As fotografias, imensas.
Há exactamente 8 dias recebi várias prendas. Livros, garrafas de vinho, um chapéu (que correu quase todas as cabeças dos convidados), DVDs e roupa, muita roupa.

É sempre bom e estranho receber roupa. É quase como receber um perfume. Ou até mesmo livros.
Apesar das melhores intenções de quem dá prendas, parece que existe uma mensagem subliminar que diz: “Toma lá este perfume para passares a cheirar bem!”; “Esta camisola para passares a vestir-te com estilo”; “Encontrei este livro e pensei logo em ti… para te cultivares!”

Claro que ninguém pensa nisto, em boa verdade. Mas que a piada pode ser feita sem macula, isso pode. E até tem mais piada oferecer presentes desta natureza. Há sempre a ambiguidade do sorriso estampado na cara.

No ano passado ofereceram-me uma obra de arte: "Crónica de uma Morte Anunciada".
Sendo o dia do meu aniversário, achei que o título era sui generis…
- “Obrigadinho pelo livro, é alguma mensagem que me queres passar… meu querido amigo??”
- “Epá!! Nem vi o título, tirei o livro da prateleira das promoções! Era o mais barato!”

Este ano, o mesmo amigo foi novamente ao jantar. Desta vez deu-me outro livro, cujo título não me lembro. E não me lembro e não tenho qualquer remorso. Pelas minhas contas, e pela forma como esta nova prenda me foi apresentada, foi um livro que lhe deram a ele e que ele não gostou e que decidiu embrulhar para mo dar. Aliás, as palavras dele foram ilucidativas: “Olha, não vou assinar porque assim, se não gostares do livro, sempre podes embrulhar outra vez e dar a alguém num aniversário!”.

Em prol da verdade, este episódio só tem piada porque é a mais pura das verdades. Eu sei que o livro do ano passado era o mais barato e sei que o deste ano foi-lhe oferecido por alguém (que não eu!) e que ele decidiu embrulhar para mo dar. E é com sorrisos rasgados e lágrimas de tanto rir que eu e este meu amigo trocamos os nossos presentes de aniversário. É hilariante vê-lo já com os olhos semicerrados e um sorriso canalha a olhar para mim com a mão estendida com um presente embrulhado a dizer: “Parabéns!!!”

E houve mais presentes que me marcaram este ano. Pela simplicidade, pela originalidade… etc…

Um chapéu, um vinho sexy, uma camisola que é a que tenho vestida hoje, uma sombrinha de chocolate e DVDs do Asterix, são alguns exemplos.

E, sem demérito para nenhum dos outros embrulhos, percebo que o Asterix teve um papel importante na minha infância. O Asterix tem nas histórias tudo aquilo que precisamos para andar para a frente e enfrentar novas aventuras. De manhã vai apanhar javalis, ajudar o druida, fala com a aldeia inteira, à tarde enfrenta os romanos e à noite faz um jantar até de madrugada.
Para ajudar a isto tudo, ainda tem a poção mágica que lhe dá uma força sobre-humana.

E é exactamente na poção mágica que está a magia.
A minha poção mágica são os amigos, os que estiveram no jantar e os que não puderam vir. Eles fazem-me enfrentar os romanos. Eles fazem-me brindar ao hoje e ao amanhã. Fazem-me sorrir ao jantar.




Mentira, nada disto é verdade, não foi há 8 dias… foi há 7!


na Boca: o pau de plástico da sombrinha de chocolate
no Copo: Sexy tinto
na Cabeça: chapéu
no iPod: Happy Birthday – Stevie Wonder
no DVD: Asterix O Gaulês