Compota de Pérolas

para barrar na mente

Thursday, October 26, 2006

Árvores

As pessoas são como as árvores, todas têm troncos, ramos e raízes... as folhas é que são diferentes.

Wednesday, October 18, 2006

Dandelion

Passei os últimos dois dias à procura de um recibo verde que perdi.

Hoje era o último dia que tinha para o encontrar. A razão é simples: depois de amanhã, tem de ser feito um pagamento com base nos valores desse recibo verde. Por isso, o dealine para o encontrar era hoje.

Passei os últimos dois dias com a cabeça em água por causa disso. São contas para pagar, há pessoas que dependem desse pagamento. Há pessoas que assinaram esse pagamento. Há pessoas a ficar penalizadas se esse pagamento não acontecer.

O valor monetário eram €150. São 30 contos. Não é um balúrdio, mas é importante. Mesmo que fossem 10 escudos, é importante. É uma questão de princípio. É uma questão de responsabilidade. De bom funcionamento.
E, depois de muitas voltas à procura do recibo, consegui que tudo continuasse a funcionar bem!

Há bocado decidi parar para comer.
Fui comer fora. Uma espécie de lanche reforçado para colmatar a falta do almoço.
Abro o jornal e leio que há um polícia (haverá mais quase de certeza) que está dado incapacitado pelo seu psiquiatra para continuar em funções. Ora o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa tem uma junta constituída por um intendente e dois médicos de clínica geral que dizem que esse mesmo polícia está apto para continuar a trabalhar. A Ordem dos Médicos diz que a tal junta, além de ilegal, não tem capacidade para avaliar psiquiatria.
"Não quero dar um tiro na cabeça como fizeram outros colegas. Desgastados como estão, qualquer dia os polícias andam aos tiros nas ruas". As palavras são do polícia que pretende cessar funções... e não lhe deixam...

Mais à frente leio que:

- O Estado português espera encaixar cerca de 3395 milhões de euros com o aumento do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (abastecer o nosso carro vai custar ainda mais caro);

- Na aviação espanhola, pilotos e funcionários de cabina vão ser submetidos a testes surpresa para despistar o álcool (não me assusta o facto dessas pessoas fazerem os testes. a minha pergunta é: por que razão é que houve necessidade de fazer testes a estas pessoas?);

- No Caso Casa Pia, um dos arguidos apresentou em tribunal uma "amiga colorida" que diz ter estado com ele em quase todos os fins-de-semana em que é acusado de ter praticado actos sexuais com menores (esta já é a segunda "amiga colorida" apresentada em tribunal no espaço de uma semana)

- Depois de tanta questão à volta do amianto em edifícios, ainda há escolas portuguesas construídas com placas de fibrocimento com este material tóxico (importante, a notícia não se refere ao facto de se saber que as placas contêm amianto, isso já se sabia, a notícia refere-se, isso sim, ao facto de a remoção dessas mesmas placas estar atrasada)


Atenção, também há boas notícias:

- A taxa de desemprego vai baixar de 7,6% para 7,5%



E estava eu preocupado com uma merda de um recibo verde!


Cambada de irresponsáveis

Tuesday, October 17, 2006

Cheiros e Perfumes

A diferença entre um cheiro e um perfume não é uma discussão totalmente pacífica. Mas não é disso que quero escrever, até porque para mim, cheiro e perfume são coisas bem diferentes.
Atenção, não quero com isto dizer que o cheiro é melhor que o perfume ou que o perfume é melhor que o cheiro. Há cheiros bons e maus, tal como os perfumes. Mais, há bons perfumes que, colocados na pessoa errada, dão um cheiro mau. Da mesma forma, há perfumes que aliados ao odor de alguém dão cheiros bem saborosos.
Muitas vezes quando dizemos que gostamos do perfume de alguém, na verdade do que gostamos é do cheiro desse alguém. E o cheiro desse alguém tem, consequentemente, partes do perfume (do qual eventualmente também gostamos!)

Mas, para mim, mais que a discussão entre cheiros e perfumes (que, como se pode notar dá conversa para horas), o valor dos cheiros e dos perfumes está na identificação, no reconhecimento; ou seja, está na viagem.

Às vezes vou na rua e sinto o cheiro de qualquer coisa. Acontecem-me duas coisas nessa altura. Procurar de onde veio esse cheiro e viajar até ao momento que aquele cheiro me fez recordar. Não necessariamente por esta ordem...

Para mim, cheiros e perfumes são saltos no tempo.

São bilhetes de viagem onde não perdemos tempo no check-in, não há atrasos...
De repente estamos lá, é instantâneo, rápido...
Tão rápido quanto a mente!

São bilhetes de viagem... grátis!


na mesa de cabeceira:
Fluir

no iPod:
Soundgarden

Monday, October 16, 2006

James Bond

Sou fã de James Bond, sou e não consigo evitar, nem quero evitar
Acho que a personagem tem um nível fora do normal, tem uma categoria incrível e um humor sarcástico hilariante. Palmas.
Sir Ian Fleming criou, na minha opinião, uma das maiores (senão mesmo a maior) personagem de sempre

Está de tal forma bem criada, que acredito que qualquer pessoa poderia escrever um pequeno diálogo em que o James Bond seria o principal interlocutor
A personagem já indica ao argumentista como é que fala e quase que nos diz: "Interessante. A escolha das palavras está certa, a ordem é que está errada."

E é exactamente por gostar do James Bond que não tenho um James Bond preferido.
Liguei-me de forma diferente a cada um dos "trabalhadores da Universal Exports":

ao Sean Connery, por ter sido o primeiro;

ao George Lazenby, por ter sido o protagonista daquele que, na minha opinião, é o mais importante de todos os filmes James Bond (além de ter sido filmado em Portugal - Rossio, Ponte 25 de Abril, etc... - é o James Bond onde 007 se casa e fica viuvo);

ao Roger Moore, por ter sido aquele com o qual comecei a ver os Bond movies;

ao Timothy Dalton, por ter mudado o estílo James Bond para algo menos formal e mais rebelde (de tal forma que lhe retiraram a Licença para Matar);

e ao Pierce Brosnan, por ter sido o James Bond que apareceu na altura em que eu me conhecia crescido e já com poder de compra para ir ao cinema ver a nova aventura do 007 (passei meses ansioso por Morre Noutro Dia)

Agora, sinto-me também ligado ao Daniel Craig
Confesso que inicialmente não fiquei entusiasmado com esta escolha para o novo Bond, mas fui-me habituando à ideia.
Há minutos li algo que ainda me deixou mais curioso e ansioso pelo Casino Royale (para quem não sabe é a primeira estória de James Bond - ainda sem ser 007 - que tem originalmente como pano de fundo o Casino do Estoril).
O que li veio da boca de um dos meus músicos preferidos, Chris Cornell (que escreveu e vai interpretar o tema de Casino Royale - "You Know My Name")
Diz Cornell que viu partes da película para escrever a música e que considera o filme: "Fascinante e muito diferente dos outros Bond"


Estou outra vez ansioso por ver um filme Bond
Sinto-me um miudo e de certeza que me vou sentar na cadeira do cinema e pensar para mim: "Eia! Que fiiiixe!!!"



alguns diálogos e situações que mais me fizeram rir


Bond entra na casa de banho onde está uma mulher a tomar banho de imersão.
Ela: (Irritada) Dê-me qualquer coisa para vestir!
Bond dá-lhe uns chinelos.


Pussy: My name is Pussy Galore.
Bond: I must be dreaming.


Log Cabin Girl: But, James I need you.
Bond: So does England.


Uma mulher vestindo apenas um pequeno biquini, aponta a pistola a James Bond
Bond: I'm afraid you've caught me with more than my hands up.


Honey: Are you looking for shells?
Bond: No, I'm just looking.


Fatima: Oh, how reckless of me. I've made you all wet.
Bond: Yes, but my Martini's still dry.


Bond e Pam no carro. Bond ao volante. Ficam sem gasolina.
Pam: Out of gas. I haven't heard that one in a long time.


Domino: I don't know if I want him to risk losing you.
Bond: Well, I don't want to risk losing me either.



Ao que parece, no novo Casino Royale, a M quer que o Bond "tire o ego da equação"
A ver vamos...


no iPod:
You Know My Name (Chris Cornell)

no DVD:
Die Another Day

Sunday, October 15, 2006

à consideração de quem ler...

Liguei a televisão hoje de manhã

Das duas vezes em que olhei para o noticiário (à hora do almoço e à hora do jantar) houve quatro coisas que me chamaram a atenção


A primeira notícia que vi teve a ver com o número de mortos no Iraque no espaço de três anos (2003/2006). Um estudo feito por um grupo de trabalho constituido por elementos norte-americanos e iraquianos apontava para um número superior a 650 mil mortos.
Resposta do Governo norte-americano:
"O estudo não é confiável"
"Segundo a informação que tenho, o número de mortos não é superior a 50.000, não me lembro onde vi esse número mas não era mais que 50.000"


A segunda notícia tem a ver com um rapaz de 12 anos que ficou deitado numa cama durante cerca de ano e meio porque não lhe foi dado atempadamente um visto para vir a Portugal para uma consulta e, consequentemente, para uma operação à coluna.
A notícia que vi hoje foi a de que o rapaz já está em Portugal, já foi operado e está agora a fazer fisioterapia. Só depois da primeira notícia ter sido dada é que foram tomadas as devidas acções no sentido de tratar do assunto que se arrastava há ano e meio.


A terceira notícia está relacionada com a polícia que temos em Portugal. Durante cerca de um ano, a Polícia andou ilegalmente com uma carrinha para conseguir multar mais carros em Lisboa. A carrinha, criada em cima do joelho, equipada com computadores portáteis (para poder fazer o pagamento electrónico das multas), com uma bagageira maior para poder transportar mais bloqueadores, andou nas ruas da capital ilegalmente a multar os carros.


A quarta notícia leva-me de novo aos EUA. Agora que o Iraque já foi invadido sobre o pretexto das armas nucleares, e que já se estão a formar diligências relativas ao Irão, a posição dos EUA é agora a via diplomática para com a proclamada 9ª potência nuclear. Ou seja, agora que a "ameaça" é real, o diálogo é a melhor via.



no iPod (de quem nos governa):
aposto em "Seek & Destroy" (Metallica)

no iPod (no meu):
"With My Own Two Hans" (Ben Harper)

Saturday, October 14, 2006

Lenine

Lenine não nasceu Lenine
Foi um nome que o político soviético adoptou
E, tem piada porque, assim que adoptou esse nome escreveu um livro intitulado "Que Fazer?"

Estava hoje a ouvir Lenine (a banda brasileira).
Entre as músicas mais conhecidas está uma intitulada "O Que Você Faria?"

As passagens do livro, opto por não as colocar aqui... até porque além de ser apartidário, o Compota de Pérolas não tem nada a ver com política!

Mas aqui ficam algumas passagens da letra:

(...)
Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria
Ia manter sua agenda?
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos?
Na sua sala vazia?
(...)
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
(...)
Abria a porta do hospício?
Trancava da delegacia?
(...)
Parava o tráfego e ria
(...)


no copo:
Encosta do Sobral 2003

no iPod:
será preciso dizer?


Abraço

Friday, October 13, 2006

Dr. House

Vi um episódio de Dr House. Vi-o agora mesmo
e, ou sou eu que estou com alucinações
ou, esta é uma das melhores séries de sempre!

Transpondo a série para a realizade, deviamos todos ser um pouco um Dr House em nossa casa
E, sendo a nossa casa o Mundo, penso que iriamos lê-lo com mais paciência, alguma intransigência e sempre com questões (sejam elas pertinentes ou totalmente básicas, sejam inteligentes ou estúpidas, espertas ou parvas)
É que, em boa verdade, por vezes olho para o Mundo e penso estar a alucinar...
E apesar de ver coisas totalmente bacocas a acontecer evito sempre fazer algo completamente néscio para ver se a alucinação é verdadeira... ou pior, se a alucinação é falsa


Será que o Mundo é uma espécie de Ficheiros Secretos em que todos pensamos ser Pretenders pertencentes aos Soldados da Fortuna próximos da Batalha Final?
Será uma Galactica cheia de Jovens Heróis de Shaolin e Donas de Casa Desesperadas em direcção à Quinta Dimensão?
Ou somos Anjos na Terra e Dr's House, acompanhados de uma Lassie ou um Cão Vagabundo, cada vez mais Perdidos?
Pessoas Vingadoras ou MacGyvers?
Para mim, somos todos conjuntos de Dempsey & Makepeace, Starsky e Hutch, Darma e Greg, Will and Grace, cheios de dilemas pessoais dignos de Frasier ou Seinfeld em busca de uma Casa na Pradaria, num Serviço de Urgência diário, que muitas vezes confundimos Lei e Ordem apregoando em vão acções Em Nome da Justiça. Eu? Eu não sou ninguém, mas quero estar Um Passo À Frente e nunca deixar o Mundo Sem Rasto...

Ou talvez eu esteja apenas armado em Medium ou Protector a tentar perceber a Edição do Dia Seguinte. Talvez um dia assine as mensagens com o nome O Santo... talvez isso seja uma Missão Impossível...
Ou talvez ande a ver televisão a mais...


no copo:
água natural

no iPod:
desligado

na mesa de cabeceira:
nada

na TV:
gostaria que fosse a Ilha da Fantasia

Wednesday, October 11, 2006

sim, sou um pirata

- Eu disse para contar a verdade!
- Acho que ele está a dizer a verdade.
- Se ele está a dizer a verdade por que razão nos contaria?
- A menos que eu soubesse que vocês não acreditariam na verdade, mesmo que a vos contasse!
(...)
- Você é, sem dúvida, o pior pirata de que já ouvi falar!
- Mas já ouviu falar de mim...
(...)
- Aonde queremos ir, vamos. É isso que é um navio. Não é apenas quilha, casco, convés e velas. Isso é o que um navio precisa. Aquilo que um navio é, aquilo que o Pérola Negra realmente representa é a liberdade...
(...)
- Nem todos os tesouros são de prata e ouro!
(...)
- Tragam-me esse horizonte!


no copo:
ainda Cerca do Rei (1992)

no iPod:
21st Century Flower Power (More República Masónica)
Shangrila (Mother Love Bone)

no dvd:
Piratas das Caraíbas, Maldição do Pérola Negra


ps: talvez o Compota de Pérolas, afinal, tenha mais que uma leitura...

Tuesday, October 10, 2006

mensagem inesperada

É sempre complicado receber uma notícia para a qual não estamos preparados.
É como se a notícia, que já aconteceu, que já teve lugar e que, em boa verdade, já existe no mundo, ainda assim, nos apanhasse desprevenidos.
Nos apanhasse na curva onde verificamos que estamos a poucos milímetros do aquaplaning.

Quando ligamos a televisão já sabemos que vamos ver uma notícia. Não sabemos se vai ser boa ou má. Não sabemos se vamos gostar ou não. Temos de nos preparar antes de ligar a televisão, o rádio, abrir o jornal ou a página na net, etc...
Mas já sabemos que vamos ver algo.

É exactamente para não provocar nenhuma reacção inesperada que normalmente as pessoas dizem: "Tenho uma boa notícia e uma má notícia, qual queres primeiro?"

Penso que quase o mesmo se passa com as mensagens, mas com um detalhe que pode fazer toda a diferença: antes de abrir a mensagem sabemos quem a manda!

Retirando os mails de trabalho da lista, por vezes fico dias a preparar-me para abrir uma mensagem. Uma vez fiquei meses antes de abrir um dvd e ver o filme porque simplesmente não me sentia preparado para vê-lo. Ora se eu o fosse ver sem vontade de o ver, seria provável que acabasse por não gostar do filme. O que seria injusto e até mesmo desrespeitoso para com o argumentista, o realizador e os actores. Ou seja, eu acharia que o filme não seria bom pelo simples facto de não me estar a apetecer ver o filme e mesmo assim me ter forçado a vê-lo. Em boa verdade, a culpa de eu não ter achado o filme bom não era de mais ninguém a não ser minha. O filme continuaria a ser bom, eu é que não o vi da forma correcta. Vi o filme mais tarde, só quando já me achava preparado. Está ali uma pequena obra-de-arte!

Ora com as mensagens acontece-me a mesma coisa. Não no sentido de não respeitar o remetente, nada disso, mas no sentido de não captar a mensagem da forma correcta e, com isso, não a interpretar da melhor forma.

Por isso, demoro a abrir o mail, tento preparar-me para ver o que lá vem.
Não há nada pior do que ser apanhado na curva a milímetros suficientes para perceber que vamos cair logo ali à frente mas insuficientes para tentar alterar o percurso...

Ahhh, há cinco dias recebi uma mensagem, mas só soube hoje que a notícia era boa!


Abraço


no copo:
Cerca do Rei (1992)

no iPod:
Zé Ramalho

no DVD:
Regresso ao Futuro

Friday, October 06, 2006

Vários Pensamentos

TÍTULO:
Surf e Snowboard

A semelhança entre estes dois desportos é incrível

Hoje falei com amigos sobre ambos
Além das evidências - ambos se praticam sobre água, se bem que um em estado líquido e outro em estado sólido - qualquer um deles transmite uma paz interior digna de ser preservada.
Tenho a sorte de já ter experimentado ambos.
No primeiro, surf, poderia ter morrido afogado - e confesso que a distância entre este mundo e o outro se encurtou bastante durante os primeiros minutos de batalha com as ondas (sim, elas são mais fortes; sim, temos mais força do que imaginamos; e, sim, apercebemo-nos que essa força, apesar de grande, não é infinita! Sair na altura certa é a melhor táctica). E há sempre mais ondas que surfistas, por isso é melhor fazer a vontade ao mar… e sair quando ele nos está a avisar!
No segundo, snowboard, caí até me doer o corpo todo. Tanto que ao terceiro dia tive medo de começar a descer a rampa à minha frente. E, quando temos dores, estas ganham vontade própria. Tão própria que nos fazem ver coisas exageradamente desproporcionadas. E as dores aliadas ao medo fizeram-me transformar uma ligeira inclinação numa íngreme montanha de 10 andares. Lá em cima, só conseguia ver o botão do rés-do-chão a piscar na minha prancha. Ao contrário do surf, decidi arriscar mais um bocado – afinal de contas, a sorte protege os audazes. Decidi equipar-me todo e proteger-me ao máximo (na medida do possível, dentro da minhas limitações de iniciado…) Terminei essa descida sem gorro, sem óculos, com neve dentro do casaco e dentro da boca e com a imagem fugidia de uma queda monumental em que rebolei quase tanto quanto a distancia que percorri ainda de pé na prancha… contando com a parte em que comecei a cambalear!
Deveria ter feito como no surf, ter parado de remar a tempo de poder salvar uma semana em casa com dores no braço esquerdo em que para pegar num copo com o mão esquerda tinha de ajudar com o braço direito.
Claro que nós só nos apercebemos destas coisas com a distância que o tempo nos dá.
Claro que eu deveria ter percebido isso depois de ter pegado na prancha de surf e antes de ter pegado na de snowboard…
Claro que vou novamente surfar de manhã e já estou a programar nova viagem à neve.
Desta vez vou mais preparado!
Não consigo passar sem água. Na verdade, é a única bebida que realmente mata a sede!


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TÍTULO:
GPS

Usei hoje pela primeira vez um GPS. Fantástico!
Introduzimos os dados (nomeadamente o destino pretendido). Fazemo-nos à estrada com uma voz de mulher que nos diz: “A 100 metros, vire à esquerda (…) passe a rotunda, vire à direita na segunda saída (…) chegou ao seu destino”
É o melhor é chegar mesmo ao destino, sem conhecer o caminho e seguindo só as indicações desta voz feminina.

Se ao menos todas as vozes femininas nos dessem indicações tão fáceis!

ps: também podemos mudar a voz do GPS para masculina… permitindo às mulheres fazer o mesmo tipo de observação que eu fiz!

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TÍTULO:
Dois segundos

Posso morrer amanhã, posso ser atropelado, posso ter uma doença fulminante, um enfarte, um acidente…
Por isso mesmo, decidi estar nos sítios onde me sinto melhor. Não quero e não vou esperar mais.
Não posso, nem quero, nem vou perder tempo.
A vida é curta


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TÍTULO:
Voar, Respirar de Baixo de Água, ou Visão Raio X

A minha escolha já foi feita há muito tempo
E não, não é respirar de baixo de água!
É voar!


na mesa de cabeceira:
O Coração dos Homens (Hugo Gonçalves)

No copo:
Coca-Cola

no iPod:
Ben Harper

Tuesday, October 03, 2006

Tiroteio


Não são as balas que matam as pessoas, são as pessoas que matam as pessoas.

Mas não consigo evitar pensar que se cada bala custasse 5000 euros, as pessoas pensassem duas vezes antes de disparar...

no copo:
água com gelo

no iPod:
Present Tense (Pearl Jam)
Stand Up Comedy (Chris Rock)

Luzes, Câmara... Acção


Estou sentado, a pensar…
É o meu primeiro post.
Já tinha pensado em escrever antes e cheguei mesmo a abrir um blogue – no qual nunca escrevi nada, do qual perdi a password e do qual já nem me lembro bem o url… eu e a tecnologia, às vezes, jogamos em equipas diferentes…
Mas hoje decidi começar de novo.
Talvez devesse ter ficado quieto… logo verei se tomei a decisão certa!
A razão? Dia 2 de Outubro é um dia especial para mim.
Os aniversários são sempre especiais

Hoje começou a segunda fase da minha adolescência.

E, ao pensar que tenho 30 anos, cheguei a uma conclusão: a vida resume-se a 3 estádios de adolescência...

Um pouco de contexto:
Hoje recebi vários telefonemas, sms, mensagens…
É normal, acontece a toda a gente que quando faz anos!
Mas houve uma coisa em comum em quase todas as palavras que me deram: "30!!! Eheheh Agora é sempre a descer! Eheheh"
Tem piada gozar com o aniversariante… e é bom que assim seja! Eu gosto!
Mas isso levou-me a repensar algo que já estava na minha cabeça há algum tempo
Fim de contexto:

A "primeira adolescência" vai dos 10 aos 30 (os 10 primeiros anos de idade não fazem parte da adolescência, são anos de aprendizagem intensiva, sempre a observar, sem qualquer voto em qualquer matéria). Mas essa primeira adolescência (10-30) é onde nos estamos a formar como pessoas, onde estamos a ver como é que devemos agir, que prioridades temos... ou devemos ter.
É onde gostariamos de experimentar tudo e mais alguma coisa. Onde temos medo de dizer "sim" e vergonha de dizer "não". Onde vemos o arrependimento de não ter feito algo e as consequências de o ter feito. É o período em que queremos fazer tudo mas não temos meios para tal, onde não somos totalmente independentes e queremos ser livres para tudo. É uma fase gira!
É a fase que acabei de completar.

Hoje entro na "segunda adolescência".
Esta, na minha opinião, vai dos 30 aos 50.
Agora é que tudo vai começar. Agora é que vai haver festa todos os dias, noitadas com os amigos, mais noitadas a trabalhar, copos, viagens, experiências, etc. É como uma "primeira adolescência", mas com poder de compra!
Decidir para onde vou, como vou e quando vou!
Aproveitar enquanto há forças para saltar e jogar todo o basket que conseguir, rir até à exaustão, decidir coisas importantes na vida analisando prós e contras e/ou saltar de cabeça sem pensar... e continuar com os valores que já adquiri aos 20 e poucos!

A "terceira adolescência" vai dos 50... até onde for...
É quando vemos netos (eventualmente) e recordamos a nossa "primeira adolescência" e dizemos aos mais novos: "não preocupa... vais ver que isso passa!"
É quando não nos preocupamos com algumas coisas e começamos a dar mais importância a outras.
É quando voltamos a experimentar coisas novas como na "primeira adolescência" mas em que já não temos medo do "sim" nem vergonha do "não"...

Estou há poucas horas oficialmente nos 30... e estou a adorar!

...e agora vou ouvir Shape of Things to Come (Audioslave)

Abraço

ps: acho que vou gostar de ter este blogue
ps2: engraçado, também acho que os diálogos (e monólogos) do compota de pérolas ganharão vontade própria … gosto disso!
ps3: agora, sim, vou ouvir Shape of Things to Come : )


no copo:
Conventual Reserva 2003

no iPod:
Pearl Jam – Pavilhão Atlântico 4/5 Set. 2006;
Audioslave – Revelations